Psicologia Masculina - Sexo: A primeira vez




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Psicologia Masculina - Sexo: A primeira vez

Este tema é pouco explorado e foi feito a partir do testemunho de vários homens. De acordo com as descrições, existem à partida dois tipos de primeiras vezes. O primeiro tipo é: "primeira vez que temos sexo com alguém de quem gostamos", o segundo tipo é: "primeira vez que temos sexo com alguém apenas pela atracção física ou excitação".




Testemunho 1:

"A minha primeira vez foi horrível, tinha 15 anos. Foi no brasil com uma rapariga brasileira de 24 anos. Foi uma coisa de uma noite, eu era virgem mas ela não era e tinha muita experiência. Fiquei tão nervoso que a erecção baixou e não aconteceu nada.

Alguns anos mais tarde, tive a primeira vez (outra vez) com uma rapariga de quem gostava e foi a primeira vez para ambos. Foi bom, foi mágico."

Quando acontece apenas pela atracção física ou excitação, tende a aumentar o estado em que se está nesse momento. Se for um estado de pouca confiança, como no testemunho 1, a ansiedade e o nervosismo pode fazer com que deixe de haver erecção. Se for um estado de muita confiança, esta pode aumentar e há a tendência para desvalorizar a outra pessoa, fica-se mais auto-centrado.




Testemunho 2:

"A primeira vez, em que tive sexo com penetração, foi aos 13. Como já me masturbava estava todo maluco e excitado. Era capaz de fazer sexo num estádio de futebol, queria lá saber, estava possuído! Nos momentos antes de fazer sexo, sentia excitação, urgência e estava-me completamente nas tintas para o resto do mundo. Durante, sentia prazer prazer prazer, sempre a desfrutar dos prazeres da carne, e depois completamente no meu mundo, satisfeito e prazeroso.

Aos 10 anos de idade estive com uma rapariga e não houve penetração. Também estava todo maluco e não queria saber de mais ninguém. Foi no meio das escadas do prédio, se entrasse alguém via tudo mas eu não queria saber! Lembro-me de dizer à rapariga (eu completamente possuído pela excitação) que gostava muito dela, na verdade gostava muito era de desfrutar dela!

Depois da primeira vez que tive sexo com penetração senti-me mais faminto e com mais vontade de repetir, emocionalmente talvez me tenha sentido mais seguro, emancipado, mais eu.

Tudo muda se pensar na primeira rapariga de quem gostei, só de nos rossarmos ficava todo maluco. Maluco com a magia do momento, era muito diferente de tudo e sentia uma sensação boa no peito. Foi muito engraçado, estava sem saber o que fazer e nervoso porque ela pensava que eu tinha experiência, mas ela é que tinha. Aconteceu nuns bancos no acesso à praia de Caxias à noite. Sabia que aquilo ia acontecer e não sabia o que ia acontecer, nem sei se usei preservativo. Depois fiquei contente, sentia-me mais crescido."

As emoções mais presentes antes da primeira vez são a ansiedade e o medo. A ansiedade pode estar presente por haverem dúvidas como por exemplo: "será que vai mesmo acontecer?", "vou saber o que fazer?", "vou conseguir dar prazer?". O medo é o medo de falhar, de ter um mau desempenho.




Testemunho 3:

"A minha primeira vez foi com a minha primeira namorada, eu tinha 22 anos de idade. Ambos eramos virgens. Eu já pensava em sexo com ela há algum tempo mas não tinha coragem de lhe abordar o tema, pois achava sempre que ela iria recusar ou achar que eu me estaria a esticar.

A curiosidade do sexo era grande e por vezes lia artigos na internet que "ensinavam" a dar prazer sexual a uma mulher. Tudo isto era muito bonito, mas não fazia a mínima ideia como seria na realidade.

Quando a primeira vez aconteceu não foi espontâneo, foi com dia marcado. Tinha-lhe dito que lhe ia dar um presente de aniversário diferente e penso que ela entendeu do que se tratava pois já tinhamos abordado indirectamente o tema nos dias anteriores.

Mesmo sendo com dia marcado estava muito ansioso sobre tudo. Muita coisa me passou pela cabeça nos momentos antes: "será que ela quer mesmo?", "será que vou ejacular demasiado rápido?", "será que o meu pénis é pequeno demais?", "como não sou circuncisado e como doi sempre que tento puxar a pele para trás, será que a pele vai rasgar?".

Rapidamente percebi que ela estava interessada e que queria mesmo. Utilizamos preservativo e aquando da penetração só houve uma pequena picada, foi a pele a soltar-se e felizmente não houve qualquer rasgão (fiquei logo aliviado por não continuar a doer). Acho que ejaculei demasiado rápido para o que achava que ia ser e se bem me lembro ela não teve orgasmo.

Foi tudo bom, mágico e estranho. Estranho por ser uma novidade e porque estava a sentir muitas coisas novas que não percebia o que eram. A ansiedade reduziu quando percebi que ela estava a gostar e que também estava desorientada e não sabia muito bem o que fazer. Afinal não era o único nesse estado. Nas horas a seguir as pernas estavam quase sem força e firmeza, estava com tonturas e tinha dificuldade em sentir o chão enquanto andava.

Nos dias depois senti que estava no mundo dos adultos, senti-me crescido e mais seguro e com mais auto-confiança. Aproximamo-nos bastante um do outro."

As emoções que normalmente estão associadas ao após a primeira vez são a sensação de culpa (que pode ocorrer em alguns rapazes especialmente quando associado a um contexto religioso), a integração (fazer parte dos crescidos) e uma maior aproximação com a namorada.




Testemunho 4:

"A primeira vez foi com a minha primeira namorada uns de meses depois de começarmos o nosso relacionamento, eu tinha 19 ou 20 anos de idade.

Emocionalmente foi muito estranho. Cresci conservador e a acreditar que o sexo deveria vir com o casamento. No entanto, quando começámos a namorar, estávamos a explorar-nos um ao outro muito rapidamente na relação. Mas é claro que pensei que não estávamos a fazer sexo ainda (praticamente estávamos).

Quando chegou o momento, decidi que estava tudo bem mesmo que não estivessemos casados. Amava-a e isso foi o mais importante. A sensação era óptima, mas no meu inconsciente estava sempre um pensamento de "Espero não ter cometido um erro, não há volta a dar." Ela estava muito feliz e percebi que ela queria que tivesse acontecido muito mais cedo. Mais tarde, naturalmente a história foi diferente e tivemos uma vida sexual bastante saudável. Digamos que eu tentei compensar o tempo perdido e, provavelmente, envelheci, drenando o meu Jing.

Fisicamente, sentia-me muito nervoso antes de acontecer. Durante a relação sexual foi muito bom e eu achava que me estava a aguentar (não aguentei 20 segundos), depois senti-me muito cansado.

Impacto: Eu gostava de não ter sido tão conservador e ingénuo. A minha percepção sobre a religião e a vida no geral, foi mudando ao longo dos anos, o que me fez repensar decisões que tomei quando era mais jovem. A relação terminou depois de alguns anos e eu pensei para mim mesmo que realmente não deveria ter desperdiçado a minha energia em amarrar vínculos emocionais ao sexo. Eu acredito que a relação emocional é muito importante, mas o sexo é muito primitivo e natural e se a oportunidade aparece (sem magoar ninguém física ou emocionalmente, claro, nem forçar a relação sexual, trair ou etc...), Não se deve ter medo de explorar."


De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, a erecção é dividida em 4 etapas. Cada uma dessas etapas é suportada por um órgão.
Antes da erecção há o início da excitação que é acompanhada de respiração forte e está relacionada com o Pulmão.
A primeira etapa da erecção é a firmeza, relacionada com o Fígado.
A segunda etapa é o inchaço, relacionado com o Baço-Pâncreas.
A terceira etapa é a dureza, relacionada com o Rim.
A quarta etapa é o calor, relacionado com o Coração.

A ansiedade e o medo normalmente estão muito presentes na primeira vez. A ansiedade está relacionada com o Coração e o medo com o Rim. Como podemos observar através da relação das etapas da excitação com os órgãos, as duas etapas finais normalmente ficam comprometidas.

Na primeira vez não devemos encarar isso como uma desordem patológica mas sim uma consequência da falta de prática combinada com essas duas emoções.




É importante desdramatizar a primeira vez. A ansiedade está presente em grande parte das coisas que fazemos pela primeira vez. Queremos fazer bem, queremos ser aceites, queremos ficar "bem na fotografia".

Se também for a primeira vez para a outra pessoa, muito provavelmente também irá estar ansiosa e aí estarão ambos na mesma onda. Se não for a primeira vez da outra pessoa e estiver disposta a ter sexo connosco, no mínimo aceita-nos e tem atracção e desejo por nós, o que ajuda a trazer-nos alguma tranquilidade.

O desempenho sexual na primeira vez é normal não ser perfeito. Normalmente somos exigentes e queremos atingir resultados fantásticos em algo no qual estamos a ter a primeira experiência. Da experiência vem a prática e com prática melhoramos o desempenho. É importante conhecer o nosso corpo e não comparar o nosso desempenho com o de outros homens. Todos temos diferentes experiências de vida, diferentes maneiras de estar e diferentes corpos. A forma como estamos a viver o acto sexual é mais importante do que pensar muito no desempenho. A entrega, a partilha e o respeito pela pessoa que está a partilhar um acto sexual connosco faz toda a diferença na ligação entre os dois.

Se quisermos avaliar o desempenho sexual, em vez de analisarmos apenas a duração da erecção, devemos analisar a soma de todas as componentes que fazem parte desse momento. Essa análise deve ser feita da forma mais simples possível: olhar nos olhos da outra pessoa e perceber se está a gostar ou não. Se estiver a gostar então estamos a fazer alguma coisa bem, pois estamos a dar prazer, estamos a ser aceites e está realmente a acontecer.

Com o tempo começamos a conhecer melhor os movimentos, a respiração, a presença e a entrega da outra pessoa. No entanto, se tivermos dúvidas, é muito importante falar delas com a outra pessoa.


Artigo escrito por Jorge Ribeiro, traduzido por Rita Bernardes, editado por Jorge Ribeiro e Catarina Ramos

Fonte das imagens: Google

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